Meu Silêncio... e Deus


Por um segundo, definiria essa fase pela qual estou passando como sendo um momento de silêncio. Minha vida mudou muito e o que sinto é que não devo satisfações dela a ninguém. Portanto, me dou ao direito de me calar.

Sabe aquela voz lá no fundo da alma que rastejava implorando a aprovação das pessoas? Também se calou! Talvez, por perceber que neste mundo definitivamente é cada um por si e Deus por todos.

A amabilidade, a gentileza e a cordialidade (e educação em geral) são princípios inabaláveis em mim, são bases sobre as quais meu caráter e minha personalidade foram construídos. Agora, não venha querer tomar contas de minha vida, se nos momentos em que eu mais precisei eu estive sozinho. Aliás, sozinho não. Porque Deus foi (e ainda é) real para mim em todos os momentos. Só a Ele eu pretendo prestar contas e, ainda assim, o Deus a quem conheço, que é muito diferente desse tão mencionado por seus "assessores oficiais" (funcionários da indústria da fé, do mercado Gospel, que se autointitulam Seus amigos, mas que nada têm com Ele).


O Deus a quem amo colocou sobre mim um "jugo suave e um fardo leve" (Mt. 11:30). É impossível não amá-lo e ser totalmente grato a Ele por isso.

Creio que para um silêncio eu já falei até demais (ou o suficiente). Estou apenas respeitando esse momento. Se você não pode respeitá-lo, por favor, afaste-se de mim... E será muito bem-vindo quando aprender a fazê-lo.

Tudo o que quero é estar em paz comigo mesmo e com Deus. Isso se refletirá nas demais áreas de minha vida e alcançará quem estiver disposto a ser contagiado pelo bem que isso me faz.

Doug ;)

'Douglas' exemplar



Nunca fui muito cinéfilo. Quando criança, assistia aos desenhos de Walt Disney ('Waldisney', para os íntimos) repetidas vezes, mas quanto a filmes, eu mal tinha paciência para assistir até a metade e logo queria que terminassem. Depois que cresci, meus filmes favoritos para assistir repetidamente foram "O Diabo veste Prada" e "De repente 30", e minha sobrinha sempre me 'zuava' por sempre assistir a estes filmes quando falava que estava com vontade de assistir a algum filme.

Em maio de 2015, peguei, sem compromisso ao "Garota Exemplar" na locadora pra assistir durante um feriadão (falei sobre isso neste Post). Assisti ao filme tão sem expectativa (pensando que fosse mais um daqueles filmezinhos em que investigam o desaparecimento da moça boazinha e no final o culpado era o marido que estava ali o tempo todo se fazendo de coitadinho) que, quando me deparei com o desfecho final da história, aquele filme se tornou incrível!

Gillian Flynn
Como todo bom escritor (modéstia à parte), eu quis entender como alguém teve aquela ideia fantástica para uma história e, como a autora (Gillian Flynn) havia escrito o enredo da história sem errar no andamento, para prender o leitor assim como o filme prende o expectador. Parecia algo difícil, na minha concepção. Na Bienal do Livro no Rio (2015) eu comprei o livro da história e, desde então, venho lendo cautelosamente, percebendo os detalhes e expressões da autora. Confesso que ainda não terminei, porque não quero perder nenhum detalhe.

O fato é que declarar simpatia por essa história tem me trazido consequências nada boas na minha vida pessoal. O que me leva a refletir sobre a maldade no coração das pessoas. Pelo pouco que vocês podem acompanhar aqui no Blog, ou na minha própria vida pessoal, devem perceber que eu sou só um cara querendo ser feliz e levar a vida numa boa. É claro que tenho minhas crises e paranoias inerentes à natureza humana, mas tudo o que eu quero é o bem (o meu próprio e o das pessoas ao meu redor).

Só que alguém a quem conheci há pouco tempo, começou a observar meu jeito de ser, de agir frente a algumas situações, minha tentativa de levar sempre as coisas na esportiva e também minha forma de querer agradar às pessoas, e começou a ficar desconfiada de mim, pensando que todo o bem que eu fazia era para entrar na vida dela e fazer algo ruim. A pessoa confessou que esses pensamentos começaram a brotar na mente dela depois que eu disse que meu filme preferido é 'Garota Exemplar'.

Confesso que fiquei chateado com a situação, porque eu só estava sendo eu mesmo o tempo todo, e não é legal você estar sendo você mesmo e ouvir de alguém a quem você pensava ser amigo (AMIGO) que ela não consegue confiar em você, por desconfiar que você seja um psicopata, pelo seu jeito "perfeito" de ser.

Quem me conhece há mais tempo, sabe que eu sou um perfeccionista assumido (e insatisfeito com essa condição). Gostaria de me cobrar menos, não querer impressionar tanto, surpreender tanto, agradar tanto, mas ao mesmo tempo, os lados bons do perfeccionismo me prendem e acabam fazendo de mim quem eu sou.

O que me entristece nisso tudo não é apenas o fato da minha entrega excessiva que me fez receber essa comparação injusta em troca, mas perceber que vivemos em um mundo tão acostumado com a maldade que as pessoas estão desconfiando dos atos bondosos. A que ponto chegamos... Mas, como eu li numa tirinha certa vez, quem está errado não é quem está sendo 'trouxa' em amar, mas aqueles que não sabem receber esse amor.

Ansioso por mudanças nos nossos padrões de avaliação interpessoal.

Douglas ;)

Como conheci você


Brendha

Se não me engano, foi no ano de 2014 (Sim. Foi em 2014!). Eu estava desempregado, após dois anos trabalhando numa escola de bairro, sem carteira assinada (ou seja, como diz o ditado, eu estava “com uma mão na frente e outra atrás”). Passei a dedicar minha vida ao meu TCC de graduação e aproveitava o embalo para escrever no meu extinto Blog. Não faço ideia de como conheci o Blog de uma garota chamada Ana Luíza, mas sei que eu adorava acompanhar o que ela escrevia (até porque era uma excelente escritora). Lembro que foi nos comentários do Blog da Ana Luiza que encontrei um link de alguém a quem a Analu (nome pelo qual a dona do Blog era carinhosamente chamada - até por desconhecidos, como eu) dava moral.

Era a Brendha.

Eu não lembro qual era o nome do Blog dela naquele tempo, mas sei que li (quase) tudo o que ela escreveu e o que mais me atraiu (além da beleza indescritível daquela moça) foi o fato de ela estar lendo pela primeira vez a saga do Harry Potter. Havia posts sobre os livros, com as impressões dela. Também me atraiu o fato de que os livros que ela lia, eram emprestados de uma biblioteca. Ela os lia em tempo recorde! (Isto ao meu ver, visto que demoro meses para ler um livro, quando estou de ressaca literária).

Sei que decidi acompanhar aquele Blog e comentei todos os Posts que consegui. O mais legal de tudo foi que a dona do Blog (a Brendha) não se fez de difícil. Muito pelo contrário. Ela respondeu aos meus comentários no meu próprio Blog e passou a ler o que eu escrevia, mostrando-se interessada.

Trocamos links do facebook. Tornamo-nos amigos de internet.

No meio da madrugada, quando eu estava escrevendo algo para o Blog ou simplesmente navegando (à toa) na Internet, eu a chamava para conversar sobre qualquer coisa.

Ela mora em Santa Catarina e eu no Rio de Janeiro. Pode parecer difícil uma aproximação qualquer, mas não foi. Confesso que tem gente que mora mais perto de mim (talvez, sob o mesmo teto), mas que vive mais distante do que ela.

A Brendha e eu conversávamos sobre tudo e sobre nada. Estou até tentando, mas não consigo explicar em palavra nossas conversas de antigamente. Mas, sei que passamos a conhecer um pouco mais sobre a vida um do outro.

Lembro que ela fez aniversário no dia dos namorados (se eu não me engano, 12 de junho) e eu decidi mandar pra ela um “presente”. Um dos livros que estavam em sua “Lista de Desejados” no Skoob - um site para leitores (que também ajudou nos nossos assuntos sem roteiro – além do fato de ela ser cinéfila [com um gosto especial para filmes antigos], e eu não saber nada sobre filmes, e querer conhecer mais sobre o gosto dela por filmes e livros).

Apesar de o “presente” ter chegado com algum muito tempo de atraso, ele chegou e aquilo nos aproximou mais ainda. Lembro que ela elogiou minha letra e postou foto do que escrevi no Instagram. Fiquei feliz pela gratidão dela.

Por aquele tempo, eu arranjei emprego e meu tempo para a Internet diminuiu, e a gente perdeu nossas oportunidades de conversar durante a madrugada. O fato de ela ser uma dedicada estudante de odontologia (eu acho que é isso) também fez com que tivesse menos tempo, tanto para os papos quanto para os Posts no Blog, assim como eu. Nesse tempo, eu já tinha o número do celular dela, e nós poderíamos conversar por mensagem via whatsapp – coisa que raramente fazíamos (muito mal, nos dávamos “Bom dia”, ou “Boa noite”).

Foi aí que a gente se afastou um pouco, mesmo sem querer.

Ela nunca foi de publicar muita coisa no facebook, creio que por ser sulista (o que faz dela alguém mais reservada), ou pelo fato de ser uma pessoa chique, que se expõe pouco (risos). Mas, o tempo passou e, em meus acessos corriqueiros no horário de almoço, eu vi fotos da Brendha onde as pessoas escreviam palavras de conforto e ela agradecendo pelas palavras das pessoas. Nas fotos, ela estava vestida com roupas hospitalares, mas, naquele caso, ela era a paciente. Parte do rosto lindo dela parecia inchada e eu me preocupei. Na hora me bateu um leve desespero por ver alguém tão especial passando pelo que parecia ser uma barra. E era.

Chamei-a no chat do facebook e ela me contou o que havia acontecido. Ela teve trombose no rosto. Eu não saberia explicar, mas, meu Deus, como aquilo cortou meu coração! (Eu me emociono até hoje, só de lembrar). Enquanto ela me contava, eu não aguentei o aperto no peito e desatei a chorar diante do computador. Eu precisava estar por perto para ajudar minha amiga! Que amigo era eu, a ponto de não saber quando alguém tão querido está passando por uma dificuldade como aquela? No mesmo instante, minha chefe entrou na sala e se assustou com meu estado. Eu estava em choque com a notícia. Fui para o banheiro do Colégio onde trabalho, chorar onde ninguém pudesse me ver. Solucei, questionei a Deus, banhei meu rosto com as lágrimas pela dor da minha amiga antes de banhá-lo com água, na tentativa de disfarçar meu choro.

Graças a Deus, ela estava se recuperando. Quando me contou, já estava em fase de recuperação, sem grande risco. O rosto já desinchava e ela me explicou detalhadamente o que aconteceria para que aquele problema não retornasse.

Escrevi uma carta para ela e tentei enviar um novo livro de presente, mas, dias após o pedido ter sido fechado, o Site me comunicou que não havia mais daquele produto no estoque. Mesmo assim, a carta foi e eu pude me fazer um pouco mais próximo a ela, com minhas palavras. Novamente ela agradeceu, e meu coração se acalmou.

Depois disso, continuamos a nos falar quando dava. Às vezes, através de comentários nas fotos do Instagram, onde eu sempre fiz questão de deixar meu “Lindaaaaa!!!”, toda vez que via uma foto dela. Isso aconteceu a ponto de uma amiga dela perguntar quem era eu.

Porém, nada fortaleceu mais nossa amizade do que numa noite em que eu não tinha mais a quem recorrer. Estava chorando muito no meu quarto por algo ruim que alguém havia feito a mim. Precisei de um amigo, e foi naquele momento em que, mais do que nunca, eu pude contar com a Brendha. Ela me ouviu, leu cada palavra que escrevi, me aconselhou, e acompanhou todo o caso até o fim.

Eu pensei que contando tudo o que contei para ela, ela se afastaria de mim, mas o que aconteceu foi exatamente o contrário: nos tornamos ainda mais próximos, e eu passei a contar com ela (e para ela) para coisas que quase ninguém mais sabe. Desde então, ela é uma amiga mais que especial, pois decidiu me amar e permanecer ao meu lado mesmo quando eu pensei que ela iria me abandonar, ou não se importar.

Espero pelo dia em que poderei conhecê-la pessoalmente, pois sei que será um tempo de compartilhar ainda mais coisas boas.

A Brendha é uma dádiva de Deus em minha vida, e eu agradeço a Ele por me presentear com a amizade dela.
Todas as pessoas deste mundo deveriam ter a oportunidade de tê-la como amiga. A Brendha é uma pessoa e uma amiga incrível!


Meu Deus... Cresci!

Gostaria de saber quem foi que acelerou o relógio da vida. Parece que foi ontem que eu me pegava brincando com meus amigos no quintal de casa, em meio a muita correria e gritaria. Quando o quintal não nos comportava, íamos para alguma rua sem saída. Dependia de com quem queríamos brincar. Se queríamos assistir a bons desenhos e jogar vídeo game, íamos para a Rua Beatriz (onde as crianças tinham tudo). Se precisávamos ensaiar nossos shows de "circo", íamos para a Rua Valéria, onde o meio-fio era mais alto e se transformava em palco para nossas artes. A Rua Vitória era mais escura, ou seja, o lugar certo para fazer coisa errada. Quando a vontade era de jogar queimada, rir de bobeiras e até arrumar confusão, o melhor era a "Travessa Dona Tereza". Era a rua mais povoada por crianças (Ê, povo pra ter filho!). Eram primos de amigos, amigos de primos, amigos de amigos... E todos se divertiam muito como amigos e também como rivais.

Como era bom!
E, como eu falei, parece que foi ontem. Só que o problema é que parece ter passado tão pouco tempo desde aquela época... Por esses dias eu estava dizendo a um amigo que fez 18 anos como funciona o processo de alistamento e recrutamento. Falei pra ele, baseado em como havia sido comigo quando minha vez chegou. Ele gravou um vídeo após ser dispensado e disse as seguintes palavras: "Não estamos mais no século passado! As coisas não são mais como eram há DEZ anos atrás!", e descreveu um processo totalmente diferente do qual eu passei. Por um segundo, eu ouvi o barulho da ficha caindo e pensei: "Cara, ele tem 18 anos, e eu 24! Eu me alistei em 2008, ou seja, há longos SETE anos atrás! Eu já sou um velho!". #Drama

Agora há pouco fui comentar no Blog de um leitor daqui que mencionou "Meninas Malvadas", por causa deste Post. No comentário, eu disse que gosto dos filmes com a Lindsay Lohan, desde que eu era criança. Na hora em que eu pensei em perguntar se ele se lembrava de "Operação cupido", eu parei, olhei para a Bio dele e li "17 anos". "Não... Ele não assistia a esse filme na 'Sessão da Tarde'", foi o que pensei. E, mais uma vez, a sensação de velhice bateu.

O pior é que eu olho pra algumas pessoas que, assim como eu, "não cresceram" e penso: "Tadinho... Esse tipo de gente que não se manca que não é mais adolescente. Parece que esqueceu de crescer". Seria isso "perceber o próprio defeito nos outros"? 'Sim', ou 'Com certeza'?!

O fato é que eu sempre gostei tanto de ser criança e minha adolescência também foi tão marcante (apesar de todos os conflitos), que eu não sinto como se tivesse toda a idade que eu tenho... Mais uma vez eu digo: "Parece que foi ontem!". Foi o tempo que acelerou, ou fui eu quem esqueceu de crescer?

É claro que eu tenho responsabilidades de adulto. Só que, antes de assumi-las, meu inconsciente pensa: "Sou tão jovem para estar assumindo esta responsabilidade!". Só que, cara, na verdade eu não sou! Estou na idade certa. Meu cérebro que me engana. Talvez porque naqueles cadernos de perguntas (meu Deus!) eu tenha escrito por diversas vezes que me casaria aos 21, moraria em Londres e teria 7 filhos, só que aos 24 eu estou solteiro, morando na casa dos meus pais, ainda concluindo uma Pós-graduação. Será que é por isso que eu tô perdido no tempo?

Eu ainda leio livros de ficção, e prefiro esse tipo de leitura do que os jornais ou livros daqueles - de adultos... (me refiro a eles como se eu não fosse um deles...) Mantenho um Blog sobre minha vida. Deve ser por isso que a maioria dos blogueiros com quem interajo tem, no máximo 21 (e, no mínimo 14).

Tô me sentindo tão retrógrado agora que parei para pensar nisso tudo! Será que eu deveria trocar meus tênis por um sapato social, minha mochila por uma pasta, meus livros de ficção por leitura histórica ou científica? Será que eu deveria parar de brincar de 'pique' com as crianças e deixar de ser a alegria delas nas festas de família? Tenho vários vídeos ensinando brincadeiras novas para elas durante as festas.

Será que eu tô em crise existencial?

Meu Deus!

Pena que a vida não é um filme onde 30 é a "idade do sucesso", e a gente pode ver como nada disso é verdade e voltar pros 13, onde tudo realmente valia a pena.



(Tô loko)

Até amanhã.

Como eu nunca tinha ouvido falar de Lianne la Havas?



Hoje eu estava tranquilamente me atualizando no Spotify, dando uma chance para aqueles álbuns que aparecem na página inicial me surpreenderem, já que eu só tenho ouvido as mesmas coisas ultimamente.

Com a minha querida agenda que me acompanha em todo e qualquer lugar onde vou aberta do meu lado, enquanto eu anotava os nomes das músicas que me chamavam atenção, cheguei a uma álbum que a cada faixa eu parava o que estava fazendo para anotar o nome da música na agenda. Fui surpreendido por uma voz e um estilo impecáveis (na minha humilde opinião). O nome dela é Lianne La Havas. Quando eu vi que já havia mais de quatro músicas seguidas do álbum anotadas na folha da agenda, eu percebi: o CD todo é bom!

Quem acompanha o Blog sabe que eu não tenho costume de fazer posts falando sobre meu gosto musical focando em apenas um cantor mas, desta vez, eu tenho que abrir esta exceção.

E, enquanto eu não consigo publicar aqui uma Playlist descente do Spotify (Já que o Grooveshark não existe mais), quem quiser ouvir, basta clicar aqui.

Confesso que já tô viciado.


Playlist Retrô


Outro dia estava conversando com um amigo em uma pizzaria aqui de Santa Catarina. Não sei qual foi o assunto que me levou a mostrar a tela do meu celular pra ele - quem sabe, ele queria ver as horas. Só que nessa de ele ver alguma coisa no meu celular, acabou notando a música que estava pausada na Playlist. Ele ficou muito surpreso ao descobrir que eu sou o tipo de pessoa que gosta de música antiga.

Quando eu era adolescente, costumava dizer que nasci na época errada. Meu sonho era ter nascido nos anos 50/60, pois me imaginava um daqueles adolescentes que ouviam Elvis Presley, usavam gel no cabelo, jaqueta de couro e tomavam milk shake nas lanchonetes cheias de gente descolada.

Outra época que gostaria de ter nascido eram os anos 70/80, por toda a revolução da qual ouço falar sobre esse tempo. Meus irmãos mais velhos, inclusive, foram adolescentes nessa época e contam boas recordações de tudo o que viveram.

Enfim, fui predestinado aos anos 90/2000 para viver minha infância e adolescência. Hoje, olho para essa época com saudade pois, querendo ou não, era um tempo em que a gente ainda saía pra rua à noite para brincar, ia na casa dos amigos "fazer trabalhos escolares", a programação da TV ainda era boa de se assistir (especialmente a infantil). Muitos motivos me levam a gostar da época em que nasci, mas eu gosto de música antiga.

Sendo assim, fiz uma Playlist. Chamei-a de "Playlist Retrô", e a maioria delas é dos anos 70. Não foi nada proposital, mas são as músicas que tenho ouvido por estes dias. Gosto de ouvir essas músicas para me inspirar, escrever, descansar... É um estilo que, na minha opinião, nunca sai de moda. Ah! Elas não seguem ordem de preferência, ok?

Espero que gostem!



PLAYLIST RETRÔ

1. "How Deep Is Your Love" - Bee Gees;
2. "It's Too Late" - Carole King;
3. "Eternal Flame" - The Bangles;
4. "Dancing Queen" - Abba;
5. "Music and Me" - Michael Jackson.

TAG #ComoEuLeio


Vi esta TAG sendo respondida pela Manie no "TV Pe-dri-nha" e falei que ia responder. Pois cá estou eu pra responder sobre #ComoEuLeio!


1. COMO VOCÊ DESCOBRE NOVOS LIVROS PARA LER?

Costumo descobrir novos livros através de Blogs, do SKOOB, de indicações de amigos, nas Redes Sociais, por divulgação das Editoras e através de gente que eu vejo lendo por aí (o que tem acontecido raramente. Será que por onde eu moro a galera realmente não gosta de ler? Bem, pelo menos, não publicamente).


2. COMO VOCÊ ENTROU NESSE MUNDO DA LEITURA?

Comecei a me interessar por leitura desde que aprendi a ler. Sério! Eu lia desde letreiros no metrô até os livros didáticos utilizados no Colégio. Quem me incentivava mesmo a ler, levando livros para me emprestar quando eu ainda não passava de um garotinho, era minha irmã mais velha (Mary). Era ela quem motivava meu pai a comprar livros pra mim.

Lembro de um i-nes-que-cí-vel, que continha 13 histórias super ilustradas da Disney. Era um livrão! Infelizmente as páginas dele se desprenderam. Eu já me dei ao trabalho de procurá-lo na Internet, porque eu queria que os meus filhos o lessem (Não. Eu ainda não tenho filhos!), mas saiu de linha e a galera que vende no Mercado Livre está cobrando os olhos da minha linda cara.

A escola também foi uma grande influenciadora para que eu entrasse no mundo da leitura. Graças a alguns professores quanto colegas que adoravam ler! Especialmente quando em nossa vida surgiu uma série de livros chamada Harry Potter que, quando conheci, estava no Volume 04 (Harry Potter e o Cálice de Fogo).

Outra forma de estímulo que encontrei na escola eram as aulas chatas, que me davam tempo e motivos para ler cada vez mais (durante elas). É claro que isso me fazia bombar na matéria, mas colaborou pra que hoje eu fosse um melhor leitor (kkk). Valeu, professores de Matemática, Física, Química e Biologia!


3. COMO SEU GOSTO LITERÁRIO MUDOU COM O PASSAR DO TEMPO?

Ouso dizer que meu gosto literário não mudou quase nada. Continuo gostando das mesmas coisas das quais gostava quando criança. Gosto de histórias mais realistas, especialmente daquelas onde a personagem narra em primeira pessoa (com algumas exceções), tipo diário e leitura voltada para o público infanto-juvenil.


4. COM QUE FREQUÊNCIA VOCÊ COMPRA LIVROS?

Eu não tenho uma noção da frequência que costumo comprar livros, mas sempre que vejo um livro que eu quero ter, eu compro.


5. COMO VOCÊ ENTROU NESSE MUNDO DOS CANAIS/BLOGS LITERÁRIOS?

Sempre tive Blog para usar como um local de desabafo e de relatos da minha vida, mas essa vida de blogueiro se intensificou quando me mudei do Rio para Belo Horizonte, e o Blog se tornou um dos meios mais importantes para manter meus amigos informados sobre mim.

Eu até comecei a falar alguma coisa sobre livros nele, mas não o considero um Blog literário.


6. COMO VOCÊ REAGE QUANDO NÃO GOSTA DO FINAL DE UM LIVRO?

Imagino o que pode ter levado o autor a escrever aquele final e penso sobre como eu teria escrito caso aquele livro fosse meu. Isso, depois de ficar totalmente desapontado com o livro, com o autor e receoso de ler qualquer outra obra dele.

Além disso, eu procuro Resenhas na Internet de outras pessoas que leram aquele livro, para ver se tiveram uma percepção diferente ou semelhante à minha.


7. COM QUE FREQUÊNCIA VOCÊ EXPIA A ÚLTIMA PÁGINA DO LIVRO PARA VER O QUE ACONTECE NO FINAL?

Espero que sintam meu ódio enquanto escrevo estas palavras, pois há alguns dias atrás (quando eu escrevia o manuscrito da postagem na minha Agenda) minha resposta a esta pergunta seria: "Nunca. Detesto estragar o final da história. Especialmente porque a graça, pra mim, está em não saber o que vai acontecer na próxima página; quanto mais no final do livro!". Porém, ontem, fui ver quantas páginas o livro que estou lendo ("Eleanor e Park") para contabilizar quantas páginas faltam para terminá-lo, e meus olhos migraram involuntariamente para a parte do texto e eu li algo que diz como a história termina! ÓÓÓÓ-deeee-ooooo!!!!


8. QUEM VOCÊ VAI INDICAR PRA RESPONDER A ESTA TAG?

O único Blog que me veio à cabeça na hora de indicar foi o "Allan em Palavras". Espero que ele tope responder. Pode ser em vídeo ou texto!

Quem mais quiser responder à TAG, pode ficar à vontade!
Não esqueça de me enviar o link aqui nos comentários pra que eu possa visitar e deixar minhas impressões sobre como você lê!

É isso aí, galera!
Até o próximo Post.

Pra quê expectativas?


Sabe aquele desafio de vida que todo mundo tem? Então... O meu é: não criar expectativa.

É incrível como, pra tudo (eu disse TUDO), eu consigo criar as mais loucas e inusitadas expectativas. E, quando nada acontece conforme o que eu esperava, eu fico frustrado, chateado, acho que nada valeu a pena, que a espera não correspondeu à realidade... Enfim. Tudo de ruim que um ser humano possa sentir em relação às próprias frustrações é o que eu experimento quando crio expectativas a respeito de algo.

Aí fica a pergunta: "Pra quê criar expectativas, se a vida sem elas é tão melhor?!". Cara, é sério! Tenho vários exemplos disso.

Minha sobrinha, Caren, de 18 anos (sim, eu tenho uma sobrinha de 18 anos) leu "A culpa é das estrelas" (John Green) bem antes de lançar o filme, porque estava uma febre viral de TFIOS/ACEDE. Ela não gostou. Achou sem graça, ou melhor, o livro não correspondeu às expectativas (Tá vendo? Eu falei...).

Quando eu decidi ler o livro dela (por ter visto o trailer do filme que estrearia dali a alguns meses), eu li sem um pingo de expectativa. Por quê? Porque ela tinha me dito pra não esperar muita coisa do livro. O que aconteceu? Eu comecei a ler e ler, como um livro qualquer e me apaixonava mais a cada página pela Hazel Grace e pelo Augustus, a ponto de não conseguir parar de pensar neles durante os momentos em que não estava lendo o livro (contei sobre essa experiência em outro Post, mas não tô encontrando em lugar nenhum aqui no Blog).

A mesma coisa aconteceu no meu aniversário de 24 anos. Fiz planos para sair com minha família, a gente ir a uma churrascaria, ou fazer alguma coisa em casa, contando com a presença dos meus amigos mais chegados e seria uma noite agradabilíssima. Mas, não aconteceu nada conforme o esperado. No lugar disso, assistimos a um filme velhíssimo, de suspense (todos ansiosos para acabar logo). Não tinha lugar para todo mundo sentar na sala e as pessoas que vieram, apesar de serem meus amigos, não eram amigos entre si (e não pareciam estar muito a fim de se tornar amigos), o que fez com que tivéssemos um ambiente nada sociável.

Já no meu aniversário de 25, eu não planejei absolutamente nada. Estava preparado para ser um dia de agradecimento a Deus por mais um ano? Sim. Mas, nada de esperar que fôssemos sair ou fazer alguma coisa. No fim da tarde, quase noite, começaram a chegar as pessoas que deveriam estar (minha família e a família da minha melhor amiga na época, Angélica - saudade dela), coloquei minha playlist no rádio e acompanhados de um jantar maravilhoso, simplesmente desfrutamos da noite com muita conversa, risos e outras coisas boas. Mas, isso, porque eu não esperava nada daquela noite.

Não digo que com isso você precise ser pessimista. Muita gente confunde ser realista com ser pessimista. Longe disso! O ideal é permitir-se viver cada momento, sem antecipar o sofrimento, nada de ansiedade. Já dizia minha chefe: "Quem morre de véspera é peru de Natal"... Então, apenas viva e acredite que a vida pode te surpreender, especialmente quando você não ficar criando expectativas fantasiosas a respeito de tudo.

É meio difícil alguém tão sonhador não criar expectativas sobre tudo. Mas, lembra do que eu falei lá no começo? Esse é o meu desafio de vida. E eu venho conseguindo cumprir, me fazendo mais feliz a cada vez que consigo e sou surpreendido pela vida. Mas, eu digo isso em relação a coisas pequenas como uma festa de aniversário, um filme, ou a leitura de um livro, porém, quanto aos seus sonhos e projetos de vida, crie SIM muitas expectativas, pois, como diz Augusto Cury:

"Sem sonhos, a vida não tem brilho. Sem metas, os sonhos não têm alicerces. Sem prioridades, os sonhos não se tornam reais. Sonhe, trace metas, estabeleça prioridades e corra riscos para executar seus sonhos. Melhor é errar por tentar do que errar por se omitir!"
(Augusto Cury, Você é Insubstituível. Rio de Janeiro: Sextante, 2002.)

Pra finalizar, hoje foi a estréia de "Animais fantásticos e onde habitam" nos cinemas e eu confesso que, novamente, fui sem nenhuma expectativa. Olha... Só digo que foi muito especial e que eu recomendo o filme, mas... Não vá com grandes expectativas, ok?

Conto mais sobre o dia de hoje em algum outro Post.

Um abraço (sem expectativas)!

Douglas ;)

1991 - O ano em que nasci

Você já se perguntou como estava o mundo e como era a vida das pessoas que você conhece no ano em que você nasceu? Já tentou imaginar como era viver na sua casa? O que era exibido quando alguém ligava a televisão? Quais músicas tocavam no rádio? Ou quais filmes estavam entrando em cartaz no cinema?

Eu confesso que nunca procurei saber a fundo como era o mundo no ano em que nasci (1991) e também nunca vi graça nesse ano, afinal, não tinha ideia do que estava acontecendo, uma vez que foi meu primeiro ano de vida. Quase nada fazia sentido pra mim, além de chorar, comer e dormir.

Só que ontem, vi esse Post no Blog do Kauã Gauvão, onde ele conta um pouco sobre como o mundo estava quando ele nasceu: 1996. Tudo o que ele relatou fez sentido pra mim, já que em 96, enquanto o Kauã nascia, eu tinha 5 anos. Achei muito legal a ideia e decidi escrever sobre 1991, o ano em que eu nasci. Pra escrever, precisei pesquisar, e fiquei alucinado por esse ano! Apesar de saber que não foi bem assim, a sensação é de que o meu nascimento tivesse feito tudo acontecer. Vou te deixar ver com seus próprios olhos e tenho certeza de que vai curtir.

TELEVISÃO


Começando por minha paixão de infância, 1991 deu espaço a muitos programas que marcam a memória de muita gente até hoje. A qualidade das programações não estava nos efeitos de computação gráfica, mas nas boas histórias, músicas e todo tipo de entretenimento. Também tinha coisa ruim, mas prefiro não mencioná-las aqui.

  1. 03 de janeiro de 1991 - "Blossom" estréia na NBC.
    Eu odiava o seriado quando era criança, mas tenho certeza que era por minha pouca idade.
  2. 26 de abril de 1991 - "Família Dinossauros" estréia na ABC.
    Esse seriado é inesquecível!!!
  3. 20 de maio de 1991 - "Carrossel" estréia no SBT.
    A primeira versão, desde então, reprisada mais de 500 vezes pela emissora.
  4. 11 de agosto de 1991 - "DOUG" estreou na Nickelodeon.
    Isso mesmo! "DOUG" também é de 1991. Que emoção!
  5. 19 de agosto de 1991 - Estréia o "Plantão Globo".
    Com aquela musiquinha que assusta geral!

CINEMA



Outra surpresa pra mim foram os filmes lançados em 91. Muitos são assistidos até hoje nas "Sessões da Tarde" da vida e, literalmente, fizeram parte da minha.

1. Meu Primeiro Amor (1991) - O filme conta a história de uma garotinha que é obcecada com a morte pois sua mãe morreu e seu pai é um agente funerário que não lhe dá tanta atenção. A menina é apaixonada pelo professor de poesia e tem um amigo que é alérgico a tudo. A história dos dois é incrível, muito divertida e triste ao mesmo tempo, pois o menino morre vítima de um ataque de abelhas. Só então a menina descobre que ele era seu primeiro amor. (#Cry)

2.  Hook - A volta do Capitão Gancho (1991) - Na verdade, eu não gostava de ver esse filme quando passava na televisão, e só o assisti este ano na Netflix. É como uma continuação da história do Peter Pan, só que parece que ele viveu tanto tempo no mundo real que esqueceu quem era, cresceu, constituiu uma família e vive ocupado com o trabalho. Até que, um dia, o Capitão Gancho sequestra os filhos do Peter Pan, e ele tem que redescobrir o prazer de amar e imaginar como criança, para conseguir vencer o mal. Por fim, esse filme me leva a refletir especialmente nessa necessidade de, de vez em quando, voltar à "Terra do Nunca".

3. A Família Addams (1991) - Acho que nem preciso falar nada sobre esse filme. Apesar de minha mãe detestar filmes assim (com monstros, seres de outro mundo, aparente mente zumbis), eu acho muito engraçado e criativo. Assistia sempre que passava na televisão!

4. De volta à Lagoa Azul (1991) - É a continuação do filme "A lagoa azul", conta a história do filho de Richard e Emmeline, mas eu não vou perder tempo contando a história toda, porque você com certeza já deve ter assistido na "Sessão da Tarde".

MÚSICA

A música no Brasil, em 1991, está marcada na memória de muita gente até hoje! Selecionei aquelas que estão marcadas na minha, é claro! Fosse no rádio, televisão ou qualquer meio que levasse música ao ambiente, o que estava na boca (e nos ouvidos) do povo eram sucessos como "É o amor" (Zezé di Camargo e Luciano), "Beija eu" (Marisa Monte) e "W Brasil - Chama o Síndico" (Jorge Benjor).

No cenário internacional, "All the man that I need" estourou na voz de Whitney Houston. Eu até pensei que não conhecia essa música mas, assistindo o vídeo, percebi que a conheço em uma versão Gospel na voz da cantora Jamily.


Descobri que duas das músicas de Mariah Carey, que eu mais gostava na minha infância, também foram sucesso em 91. São elas "Love Takes Time" e "Someday". Ambas fazem parte do meu repertório de chuveiro até hoje!



FATOS SOBRE O ANO

Pra terminar, selecionei alguns fatos, além do meu nascimento, que marcaram 1991. Alguns deles são verdadeiros marcos históricos, e me orgulho de que tenham acontecido no ano em que nasci.



  1. Em 19 de janeiro de 1991, começa a segunda edição do "Rock in Rio".
  2. Em 20 de outubro de 1991, Ayrton Senna conquista o tri-campeonato na Fórmula 1.
  3. No dia 24 de novembro de 1991, morre Freddy Mercury, líder do grupo musical "Queen", vítima de AIDS.
  4. No dia 31 de dezembro de 1991, a URSS (União das Repúblicas Sociais Soviéticas) deixa de existir.
  5. Também em dezembro de 1991, ocorrem os jogos Panamericanos na cidade de Havana (Cuba).

Me diverti escrevendo este Post e não me arrependo do tempo que ele demorou para ficar pronto, aliás, foram três dias, em meio a longas pausas e correria. Foi uma experiência e tanto! Espero que tenha gostado, porque eu adorei pesquisar, escrever e descobrir sobre o ano em que nasci, inclusive, em meio às consultas, descobri que o dia 21 de janeiro de 1991, dia em que nasci, caiu numa segunda-feira!

E você? Sabe tudo sobre o ano em que você nasceu?

Escreva!


Sabe quando vem aquela vontade de escrever, mas parece que a gente não tem o que escrever? Sei lá! É como se no cérebro da gente se formasse um emaranhado em meio a muitos (ou a nenhum) pensamentos. Daí, a gente se pergunta: "O que fazer quando queremos colocar uma história para fora, mas tudo o que conseguimos é olhar para aquela página em branco com o cursor piscando na tela?". Admito. Eu mesmo entrava em uma grande crise existencial quando isso acontecia. Isso mesmo! "Acontecia". Hoje, isso não me afeta mais.

Eu havia aprendido no Curso de "Composição" que escrever é a etapa final de um longo e amplo processo de reflexão, e esse processo começa com uma ideia. Até aí, tudo bem. Só que a professora também disse que não adianta pegar uma folha em branco e simplesmente começar a escrever sem antes refletir no que pretendemos fazer pois estaríamos apenas "enchendo linguiça". Eu acabei aderindo essa regra para todo e qualquer tipo de escrita. Só que o curso (como eu já disse) era de Composição, e escrever uma história é diferente de escrever uma música.

É claro que é importante ter uma ideia de sobre o que iremos escrever, mas e naqueles dias que você QUER escrever, mas o seu cérebro não colabora nada muito? O que a gente faz? Fica refletindo sobre o que gostaria de escrever? Como? Se não temos nada em mente, caramba?! O fato é que enquanto eu seguia à risca o conselho da professora de Composição, eu preferia jogar o computador pra um lado, caderno e caneta para o outro e ir tirar uma soneca. Pensei até em desistir da escrita.

Até o dia em que conheci Anne Lamott (olha ela aí de novo), que me desvendou o segredo: "escreva".


"Mas, escrever sobre o quê?", você pode se perguntar. "Escreva sobre qualquer coisa.", ela diz. Que tal começar pela sua infância? Descreva suas recordações, tente descrever as pessoas, como elas eram, como se vestiam, o cheiro que tinham. Descreva lugares onde você já esteve, ou o próprio lugar onde você está enquanto escreve. O importante é deixar fluir (naturalmente) de você a escrita. Se você fizer isso todos os dias, chegará ao ponto de ser pouco afetado pela falta do que escrever.

Eu tenho aplicado isso no meu dia a dia como escritor e confesso que no começo não foi fácil. Eu pensava: "Mas, eu não quero escrever sobre a sala onde estou, não quero escrever sobre minha infância, quero escrever aquela história na qual eu tenho trabalhado todo esse tempo!". Mas, quanto mais eu pensava assim, mais a história ficava parada, sem ideias do que escrever.

Depois de muito relutar (e xingar aquela ideia tosca de escrever sobre qualquer coisa), fui vencido pela falta de forças. Resolvi aderir à ordem da (queridíssima) Anne. Passei a escrever sobre o que me viesse à mente em qualquer folha de papel que tivesse à mão. Enquanto eu fazia isso, era como se tirasse os entulhos do meu cérebro, ia despejando no papel aquilo que estava impedindo que as novas ideias viessem à tona e fossem transformadas em história.

Foi incrível! Quase terapêutico.

Depois que eu finalizava o texto, dava uma volta, bebia uma água, fazia um xixi e voltava para ler o que havia escrito. Em meio à toda aquela informação, é claro que tinha coisa que eu lia, pensava: "What?!" e deletava sem pena, mas sempre (SEMPRE) havia coisas boas de se ler em meio a tudo aquilo. Bastava organizar as ideias, acrescentar algumas frases, palavras, retirar outras, e "voilà!". Você escreveu um bom texto.

Quando eu aceitei o desafio de ter um Blog, pela primeira vez eu não tive medo de não ter o que escrever. Fiquei bem tranquilo em saber que se o bloqueio viesse, era só começar a escrever, desentulhar as ideias e depois, ler tudo, retirando as partes ruins e aproveitando aquilo que fosse digno de ser publicado.

Faço minhas as palavras de Anne Lamott. Quando vier o bloqueio, escreva!

Até amanhã.

Douglas.


A tentação de ser uma cópia

Eu confesso que durante a escrita da história da qual falei neste Post eu queria que ela fosse o próximo "Harry Potter", "As Crônicas de Nárnia", "O Senhor dos Anéis". Eu passei a ler os livros dos meus autores favoritos com um olhar hiper clínico, na intenção de pescar a forma como eles descreviam os objetos, as personagens, como davam ação à uma cena. Isso não seria ruim de todo se eu apenas os tivesse como inspiração e não quisesse copiá-los.

Eu queria ser os escritores que eu mais admiro. Mas só tem um detalhe: eles já existem.

O que fez piorar tudo na minha vida de escritor foi a noite em que tive um sonho onde a professora de literatura/produção textual (seja qual for o nome da disciplina, era uma aula onde escrevíamos nossos próprios textos), era ninguém menos do que a própria J. K. Rowling (Jo, para os íntimos - mas, como eu não sou íntimo, vou continuar me referindo a ela como J. K. Rowling. [Risos]).

No sonho, ela conversava conosco (os alunos) sobre sua forma de escrever, dando várias "manhas" de nosso texto ser do nível dos dela, e eu olhava para ela com total admiração, dialogava com ela, às vezes tirando dúvidas que eu nem tinha, só pra mostrar que eu estava interessado na aula. Enfim, tê-la como minha professora era a "benção" que faltava para que meu livro realmente se tornasse o próximo "Harry Potter". Não demorou para eu perceber que tudo aquilo não passava de um sonho e mesmo tentando voltar para ele quando acordei, era simplesmente impossível.

Fato é que depois daquilo eu não queria mais escrever igual a mim mesmo. Eu queria fazer jus ao sonho e comecei a tentar escrever como minha querida professora, J. K. Rowling. Vocês podem imaginar no que deu: frustração sobre frustração. Especialmente quando eu mostrava para minha sobrinha (e leitora de tudo o que eu escrevo), Caren, e ela via algo pouco nada original em tudo o que eu escrevia. Eu não copiava nomes, ideias, nada disso, só não era eu quem estava escrevendo. Minha identidade não estava naquelas páginas.

O que eu quero dizer com tudo isso é que se você quer escrever seu próprio livro, precisa saber que a graça está na própria escrita, no prazer de poder imprimir no papel um pouco de você mesmo, mas se você trocar toda a sua espontaneidade por árduos esforços para se parecer com seu ídolo, escrever vai se tornar algo muito (eu disse MUITO) desgastante, e ao invés de se deleitar em sua própria escrita, você irá se enfadar só de pensar em todo o trabalho que terá para produzir mais uma página imaginando que quem está escrevendo é aquele outro escritor (a quem você venera).


As pessoas que costumam ler o que eu escrevo, sempre comentam comigo o quanto se sentem atraídas pela leitura dos meus textos. Amigos vêm até mim contar que riram horrores diante de seu computador com os "causos" que eu conto em um outro Blog, especialmente sobre o período em que estava no internato. O fato de eu não querer escrever como eu mesmo fez com que eu perdesse minha essência, minha identidade, e isso por um longo período. Mas, depois que percebi onde estava errando, eu decidi dar um basta e aceitar escrever como escrevo. E como é bom ser quem eu sou, e ainda poder usar as palavras para me expressar como só eu mesmo sei fazer!

Se meus escritos forem lidos por pucos, ou servirem para registrar algo apenas para mim mesmo, ficarei feliz. Se eles forem lidos (e se tornarem o próximo Harry Potter - o que, hoje, eu não faço a menor questão), ficarei feliz do mesmo jeito, porque o prazer de escrever está na própria escrita.

Até amanhã!

(Im)perfeito de mais para ser um escritor

O ano era 2007. Eu estava na casa de minha irmã. Ela me trouxe o manuscrito de uma história que estava idealizando. Era algo extremamente rústico, apesar de haver ali boas ideias para uma história. Eu não conseguia visualizar as cenas devido a falta de detalhes, a maioria das personagens era muito caricata.

Ela pediu minha ajuda para que a história pudesse melhorar e, durante toda uma tarde eu despejei minha criatividade naquele manuscrito. Eu tinha 16 anos, minha criatividade estava à flor da pele e minha irmã adorou tudo o que eu havia escrito. Só que para todo elogio, existe um “porém”, e quando esse “porém” veio, eu tive imediatamente um grande bloqueio criativo.

Creio que um perfeccionista quando criticado tem reações não muito legais. Naquele tempo, eu ainda não sabia muito bem como lidar com as críticas. Afinal, quando escrevemos, mesmo que uma ficção, colocamos no papel um pouco de nós mesmos, nosso coração está naquelas páginas e, quando o que produzimos é criticado, é como se criticassem quem nós somos (aprendi isso com a querida Anne Lamott). Isso é uma grande verdade.

Aquele bloqueio me fez rejeitar tudo (eu disse TUDO) o que eu mesmo escrevia. Parecia que nada bom poderia sair de mim novamente. Aquilo durou muito tempo. Tempo suficiente para que eu me mudasse do Rio de Janeiro para estudar em um internato em Belo Horizonte (MG), onde aquela história ficou completamente esquecida.

Durante aquele tempo, eu tive contato com um novo mundo. Meus amigos eram pessoas de diversos estados do país (e até de outros países). Algumas disciplinas complementares (entre elas, “Composição”), me ajudaram a evoluir em minhas técnicas de escrita. O melhor de tudo é que, ali, nossa arte era exposta e extremamente criticada pelos professores e, principalmente, por meus próprios amigos.

Foi assim que eu comecei a aprender a lidar com as críticas. Tanto as boas quanto as ruins.

Apesar de meu gosto ter ficado mais refinado no internato, eu fiquei um pouco (muito) neurótico quanto às coisas que eu escrevia. Por ter aprendido um “padrão” para a escrita, eu agora exigia que tudo meu (e até das pessoas ao meu redor) seguisse aquele padrão, e o que fugisse daquilo não estava bom. Foi dessa forma que eu mesmo cortei as asas de minha criatividade. Pois a criatividade não se encaixa em uma caixinha. Já dizia o grande Albert Einstein que “a criatividade é a inteligência se divertindo”, e se você padroniza a criatividade, ela deixa de existir.

Foi depois de muito choro, lamento e pedidos incessantes de minha irmã que eu decidi retornar à escrita daquela história. Havia se passado seis (eu disse SEIS) anos. O ano, agora, era 2013.

Era a este ponto que eu gostaria de chegar.




Desde o momento em que decidi retomar a escrita, mesmo vendo em mim muitas limitações, um leque se abriu para mim (imaginei a Nani People! Kkk... Vou mudar a comparação). Desde que retomei a escrita daquela história apesar de minhas limitações, novos horizontes se revelaram diante de mim e, na prática, eu fui aperfeiçoando minha escrita.

Hoje, ainda estou no processo de aprendizagem para ser um bom escritor e decidi que deveria compartilhar aqui um pouco do muito que aprendi em um ano, sobre escrever meu próprio livro, para que se você também deseja fazê-lo (mas também se vê como eu me via), você possa ter suas neuras dissipadas, assim como a maioria das minhas foram.

Não sou um escritor perfeito. Aliás, sou eu meu próprio editor de conteúdo. Mas, não poderia deixar de compartilhar com quem precisa aquilo que aprendi de bom nessa caminhada "dando uma de escritor". Espero que os muros onde eu quebrei a cara sirvam para que vocês não precisem esperar por seis longos anos para ver uma história sua tomando vida.


Ao longo deste mês, vou postar especificamente sobre as neuras que você deve perder para ser um escritor. É claro que vou contar como eu perdi muitas das minhas.

Você acha que tem um livro dentro de você? Então, prepare-se! Vou tentar ajudar a colocá-lo para fora.

Até o próximo Post!

Blogs que amo!


Nessa minha vida de blogueiro, eu tenho conhecido alguns Blogs fantásticos! Na maioria deles, quem escreve são pessoas legais, mas que não costumam ser muito simpáticas no que se trata daquelas regrinhas básicas de boas maneiras (Sim! Elas existem no mundo virtual). Coisas como retribuir visitas, deixar comentários, seguir de volta - (ou será que eu é que sou um chato nos comentários que deixo pra eles? kkk... Vai saber!). Mas, nessas minhas idas e vindas eu conheci um Blog que, além de ser fenomenal tem um dono muito da hora (meu Deus, que gíria péssima!).

O nome do Blog é "Blog do Tonho" e o Antônio (o escritor), apesar de ter apenas 17 anos (e desde quando pouca idade é sinônimo de incapacidade?) escreve coisas incríveis, que me emocionam muito. Os textos são ricos em uma visão de mundo que parte da perspectiva do próprio autor. Uma visão muito peculiar sobre coisas inusitadas que eu mesmo não teria pensado em escrever.

É um Blog criativo e ótimo de ser lido. Eu indico mesmo! E agora, ele vai fazer parte da minha listinha de "Blogs que amo".



Aproveitando a onda de revelar os Blogs que eu amo e costumo ler com frequência (e eu adoro o fato de eles serem atualizados regularmente), quero falar do "Pe-dri-nha", que é o Blog da Manie. Eu confesso que não sei se esse realmente é o nome dela, ou se é mero apelido. Mas, se for, é incrível! Seja como nome, ou como apelido.

Eu adoro ver o mundo pelos olhos da Manie (levando em conta o pouco que ela relata no Blog), pois percebo que se trata de uma menina cheia de coragem pra encarar a vida, sendo ao mesmo tempo muito sensível por dentro. Tanto as coisas que ela escreve sobre suas aventura com seus amigos (que, pelo jeito que ela fala deles, parecem ser incríveis! Sério, dá vontade de conhecer todos. Pra mim, eu os tenho como personagens de um livro que eu adoro ler. O meu favorito é o Gaví), quanto nos vídeos que ela posta na "TV Pedrinha", que eu também adoro e já virei fã! Sério, cara! Ela quem faz a edição dos vídeos, e eu adoro.

Em um comentário, pedi pra ela ensinar a fazer vídeos legais assim. Vamos ver se ela vai atender ao pedido. Rs!

Por fim...

Esse Post não era pra ser uma indicação de Blogs, mas acabou virando, então, logo posto o que eu realmente queria postar. No mais, reafirmo que estes dois Blogs, à partir de hoje estão listados ali na lista de Blogs que amo!

Até mais ver.

P.S.: Assistindo a este vídeo do "TV Pedrinha", acabei descobrindo que o nome da Manie é Mariane

Telefone sem fio


Ontem, uma amiga me cobrou o prazo do meu livro: "Era janeiro de 2015!", disse ela. Eu expliquei que minha vida passou por algumas reviravoltas e que a história do livro, apesar de permanecer bem viva dentro de mim, vai ter de esperar o momento certo para voltar à tona.

Sinceramente? Lamento. Mas, tem sido mais difícil admitir para mim mesmo do que para os outros o fato de não ser este o momento em que irei me declarar oficialmente um escritor.

Mas, o assunto deste texto não é o livro adormecido. A necessidade de escrevê-lo surgiu devido a essas tais reviravoltas que minha vida vem sofrendo.

Sabe quando acontece algo na sua vida que já deveria ter acontecido há muito tempo, mas você vem procrastinando, na esperança de que algum dia a realidade mude e você não precise tomar a decisão de dar um basta naquilo?

É. Foi mais ou menos isso que aconteceu comigo.

Vamos ser adultos. Existem momentos na vida em que é preciso tomar decisões. E, por experiência própria eu digo que o melhor é tomá-las quando você (quem sabe, por um sexto sentido) estiver sentindo que tudo vai piorar.

O ruim é quando você só decide agir depois que uma bomba explode. E pior ainda é estar rodeado de pessoas que acham que você é uma pessoa pública e que podem tomar conta da sua vida (pagar suas contas que é bom, ninguém quer, né?!) e opinar sobre sua decisão.

Quem nunca brincou de "telefone sem-fio"?
Alguém fala uma frase no ouvido de outra pessoa e a informação vai passando de pessoa pra pessoa, de boca em boca, de ouvido em ouvido, até que chega no ouvido da própria pessoa que inventou a frase de uma forma totalmente distorcida e "nada a ver" com a verdade. Enfim... Isso aconteceu comigo (não de brincadeira, mas na vida real!).

No último sábado, fui ao aniversário na casa de uma amiga minha. Todos os convidados pertenciam ao mesmo convívio social ao qual eu também pertencia e eu senti o deslocamento de ar no exato momento em que eu cheguei no local. Sorrisos amarelaram, olhares se perderam em diversos pontos do salão e frases sem muito sentido foram ditas em forma de cumprimento a minha pessoa (detesto me referir a mim mesmo dessa forma, mas já foi).


Mas, o que me marcou nessa festa foi o fato de umas seis pessoas de todas aquelas que ali estavam terem chegado até mim e dito que queriam saber o que REALMENTE havia acontecido naquela história toda. Vocês entenderam? Todos ali um dia se disseram meus amigos. Disseram que acreditavam em mim. Foram tantas coisas boas, tantos tapinhas no ombro que eu nem tenho capacidade de reproduzir fielmente aqui. Mas, foi só uma pessoa inventar uma mentira sobre uma decisão minha, e apenas seis pessoas (repito: SEIS PESSOAS!) se importaram em ouvir a minha versão da história e ainda por cima demonstrar crença de que a versão verdadeira sobre a MINHA decisão era a minha própria (kkk).

Tá! Essa risada foi meio forçada.

Na verdade, seria cômico se não fosse trágico. Mas isso tudo só confirma algo que eu já sabia: "Amigos de verdade, a gente conta nos dedos".

Novamente, levando em conta o meu Sexto sentido, acho que o "Telefone sem-fio" em breve vai virar um "Jogo da Verdade". Vamos ver quem está certo nisso tudo. Mas, sabe o que realmente é importante dessa coisa toda? É que eu estou ainda estou vivo, bem e feliz. Isso é o que (me) importa.

Avisa lá pra mim!

A grama do vizinho é mais verde do que a minha?


Uma das coisas que desanima quase todo blogueiro é viver daquele ditado: "A grama do vizinho é mais verde do que a minha". Mas, de uns tempos pra cá eu percebi que se realmente a minha grama não parece tão atrativa é porque tenho passado mais tempo olhando pra do vizinho do que cuidando da minha própria, para que melhore um pouco sua aparência.

Por tanto tempo eu olhei pra o meu próprio blog comparando com o de outras pessoas, e ficava pensando: "Cara, meu Blog nunca vai ser tão bom quanto o do Fulano/da Fulana!". Só que de uns tempos pra cá, eu percebi que esse pensamento não é nada legal, e que nele existe até um certo tipo de complexo de inferioridade.

Nada a ver, né?! Deixar de fazer algo que eu gosto tanto, como escrever, pra ficar comparando o conteúdo dos meus textos com o das outras pessoas, ou o layout do meu blog com o de outros, ou tantas outras coisas...

Eu sei que meu Blog não é igual ao de muita gente boa por aí, mas QUE SE DANE! Ele é meu! Tem a minha cara, e define um pouco de quem eu sou por dentro. Goste quem gostar, não goste quem não gostar. Mas eu não aceito ficar com esse tipo de neura dentro de mim.

E, veja que curioso! Foi só eu aceitar o meu "jeito de postar" que finalmente consegui repaginar meu Blog todinho e deixar ainda mais com a minha cara! Do jeito que eu queria há algum tempo, mas por ficar criando comparações, não conseguia alcançar o que tinha em mente. Até o nome dele mudou! E isso, sem ser copiado de ninguém. A inspiração partiu de mim mesmo. E eu dei muita sorte de o domínio estar disponível. Porque, cara, fala sério! O que tem de Blog com nomes ótimos por aí que estão abandonados! O Blogger devia dar uma reciclada nesses domínios que a galera usa e não se dá ao trabalho de manter o Blog. Tem um de nome excelente que não atualiza desde 2002! Ninguém merece!

Dê boas vindas ao "O Coração do Menino". Espero que goste das novas postagens, que têm tudo pra ser cada vez mais originais.

E quanto a você, não deixe de fazer aquilo que gosta por causa de complexos, ou por achar que as pessoas não se interessam pelo que você faz. Quem se importa com o que se passa na cabeça das pessoas?! Faça o que você ama! Dê o seu melhor. Escrevam sua própria história! E quem tiver que gostar, vai gostar do jeito que é.

Por hoje é só isso tudo.
Até mais ver!

P.S.: A imagem da postagem não tem nada a ver com o assunto, mas o Blog é meu e eu coloco a imagem que eu quiser.

Tinha tudo pra ser igual... Mas foi diferente.

Eu sou daqueles que acreditam que você coloca sua energia naquilo que faz. Uma pessoa que faz algo por obrigação, cheia de reclamação e maus fluidos dentro de si deposita coisas ruins naquilo que está fazendo. Alguém que faz algo com carinho e cuidado compartilha o bem que há dentro de si através daquilo que foi objeto de sua dedicação e de seu tempo.

Hoje, cheguei do trabalho após um dia bem corrido (como todos os meus dias de trabalho têm sido atualmente) e novamente fui recebido pela minha mãe sentadinha no sofá da sala, assistindo às suas novelas. Minha mãe já está na fase de um merecido descanso devido ao tanto que trabalhou, mas eu sinto que assumir essa posição de passividade diante da televisão não faz bem pra ninguém, inclusive para ela.

Ela adora acompanhar uma novela após a outra e, quando dá por si, já são oito da noite e ela se culpa por não ter feito nada. É uma rotina diária.

Me lembrei de que, antes de ela se render às histórias das "Novelas da Tarde" do SBT, eu chegava em casa lá pelas 18:30h e era recebido com aquele cheirinho maravilhoso de comida bem feita sendo preparada. Há algum tempo que eu venho percebendo que ela tem improvisado nas refeições de tal forma que eu não tenho sequer sentido vontade de levar almoço para o trabalho, preferindo comprar na rua.

Ao ver aquela cena, senti muita vontade de falar com ela sobre aquilo. Com carinho, cheguei perto dela e perguntei: "Posso te dizer uma coisa?", ela assentiu e eu prossegui: "O momento da refeição é quando toda a família se reúne em volta da mesa para compartilhar coisas boas. A senhora se lembra quando fazia o jantar com tanto carinho e a família toda ficava na cozinha conversando? Isso une a família.". Antes de me retirar, eu pedi para que ela refletisse sobre aquilo, e ela o fez, mas continuou ali assistindo a novela.

Enquanto isso, eu pensei sobre o que gostaria de comer e me lembrei que há pouco tempo fomos a um restaurante e minha irmã do meio falou que há muito não comia filé de frango à parmegiana, mas naquele dia pedimos pizza. Comprei o que precisava para completar o que já tinha em casa e tentar fazer a receita do filé.

Fui até a sala, puxei minha mãe do sofá e ela se levantou prontamente, pois teria um ajudante na cozinha (EU!). Comecei a picar os temperos com carinho e ânimo quando, de repente, minha irmã ligou para o meu pai (aquela mesma do restaurante). Eu pedi para que ele a convidasse para jantar conosco, mas não foi necessário, pois ela já estava chegando na minha casa.

Minha sobrinha de nove anos  pediu pra ajudar nos preparativos e eu deixei que ela colocasse os ingredientes na panela e me ajudasse no que fosse mais viável. Enquanto íamos fazendo a receita, involuntariamente as pessoas começaram a se reunir em volta da mesa para conversar, rir, desabafar, aconselhar, compartilhar coisas boas umas com as outras. Durante todo o tempo eu participava da conversa e abraçava minha mãe perguntando se ela estava feliz por ter um ajudante. (É incrível como ela não se importa nem um pouco que eu a "agarre" quando ajudo em alguma coisa! Ela fica tão boazinha [risos]). Ela disse que estava muito feliz e eu confirmei dizendo que nós formamos uma ótima equipe.

Quando o jantar ficou pronto, eu cheguei a dizer que quando eu mesmo cozinho perco o apetite, mas foi só dar a primeira garfada no filé que eu arregalei os olhos e viajei no tempo até os meus 10 anos de idade, quando, na "Quinta da Boa Vista" - um parque florestal do Rio de Janeiro -, eu comi pela primeira vez aquele prato e fiquei apaixonado! Tão apaixonado que minha irmã também se lembra até hoje do meu encanto naquela época. Eu tive que falar: "Gente! Não é porque fui eu quem fez, mas está MUITO bom!". Todos concordaram. Foi aí que minha irmã mais velha falou: "Quando você faz as coisas com carinho, fica gostoso porque você deposita ali o seu sentimento".

Precisa falar mais alguma coisa, gente?!

Eu só fiquei pensando o quanto essa noite poderia ter sido diferente... Se eu me conformasse com o revirado que minha mãe faria (por causa da novela), se tivesse feito um lanche e ido pro meu quarto ver filme (como pensei em fazer), ou se eu simplesmente criticasse minha mãe, mas não tentasse ajudá-la de alguma forma.

Enquanto a gente cozinhava, eu chamei minha mãe pra perto de mim e falei: "Olha só para a mesa... Seus filhos felizes, reunidos, conversando sobre coisas boas. Há quanto tempo não acontecia? Tá vendo como isso é importante?". Dava pra ver que ela estava feliz pelo olhar!

Foi uma noite especial. E eu me senti bem mais vivo! Quanta diferença uma simples atitude pode fazer não só na sua vida, mas na vida das pessoas ao seu redor.

Poderia tirar tantas conclusões sobre esse jantar inusitado... Mas prefiro ficar com ele na minha memória e agradecer a Deus por poder viver momentos como esse com minha família. Momentos tão simples, mas que precisam ser valorizados e eternizados enquanto os temos. Não quero, nem posso ser daqueles que só valorizam as coisas que perdem.

Meu dia de hoje está acabando ao som dos cantores maravilhosos do "The Voice", no Canal Sony e o clima (entre mim e eu mesmo) está tão especial que eu senti muita vontade de contar aqui no Blog. Quero muito ter oportunidades pra voltar a ajudar minha mãe, pois ela merece e toda a minha família PRECISA de mais e mais momentos assim.

Um abraço.

Douglas ;)