A tentação de ser uma cópia

Eu confesso que durante a escrita da história da qual falei neste Post eu queria que ela fosse o próximo "Harry Potter", "As Crônicas de Nárnia", "O Senhor dos Anéis". Eu passei a ler os livros dos meus autores favoritos com um olhar hiper clínico, na intenção de pescar a forma como eles descreviam os objetos, as personagens, como davam ação à uma cena. Isso não seria ruim de todo se eu apenas os tivesse como inspiração e não quisesse copiá-los.

Eu queria ser os escritores que eu mais admiro. Mas só tem um detalhe: eles já existem.

O que fez piorar tudo na minha vida de escritor foi a noite em que tive um sonho onde a professora de literatura/produção textual (seja qual for o nome da disciplina, era uma aula onde escrevíamos nossos próprios textos), era ninguém menos do que a própria J. K. Rowling (Jo, para os íntimos - mas, como eu não sou íntimo, vou continuar me referindo a ela como J. K. Rowling. [Risos]).

No sonho, ela conversava conosco (os alunos) sobre sua forma de escrever, dando várias "manhas" de nosso texto ser do nível dos dela, e eu olhava para ela com total admiração, dialogava com ela, às vezes tirando dúvidas que eu nem tinha, só pra mostrar que eu estava interessado na aula. Enfim, tê-la como minha professora era a "benção" que faltava para que meu livro realmente se tornasse o próximo "Harry Potter". Não demorou para eu perceber que tudo aquilo não passava de um sonho e mesmo tentando voltar para ele quando acordei, era simplesmente impossível.

Fato é que depois daquilo eu não queria mais escrever igual a mim mesmo. Eu queria fazer jus ao sonho e comecei a tentar escrever como minha querida professora, J. K. Rowling. Vocês podem imaginar no que deu: frustração sobre frustração. Especialmente quando eu mostrava para minha sobrinha (e leitora de tudo o que eu escrevo), Caren, e ela via algo pouco nada original em tudo o que eu escrevia. Eu não copiava nomes, ideias, nada disso, só não era eu quem estava escrevendo. Minha identidade não estava naquelas páginas.

O que eu quero dizer com tudo isso é que se você quer escrever seu próprio livro, precisa saber que a graça está na própria escrita, no prazer de poder imprimir no papel um pouco de você mesmo, mas se você trocar toda a sua espontaneidade por árduos esforços para se parecer com seu ídolo, escrever vai se tornar algo muito (eu disse MUITO) desgastante, e ao invés de se deleitar em sua própria escrita, você irá se enfadar só de pensar em todo o trabalho que terá para produzir mais uma página imaginando que quem está escrevendo é aquele outro escritor (a quem você venera).


As pessoas que costumam ler o que eu escrevo, sempre comentam comigo o quanto se sentem atraídas pela leitura dos meus textos. Amigos vêm até mim contar que riram horrores diante de seu computador com os "causos" que eu conto em um outro Blog, especialmente sobre o período em que estava no internato. O fato de eu não querer escrever como eu mesmo fez com que eu perdesse minha essência, minha identidade, e isso por um longo período. Mas, depois que percebi onde estava errando, eu decidi dar um basta e aceitar escrever como escrevo. E como é bom ser quem eu sou, e ainda poder usar as palavras para me expressar como só eu mesmo sei fazer!

Se meus escritos forem lidos por pucos, ou servirem para registrar algo apenas para mim mesmo, ficarei feliz. Se eles forem lidos (e se tornarem o próximo Harry Potter - o que, hoje, eu não faço a menor questão), ficarei feliz do mesmo jeito, porque o prazer de escrever está na própria escrita.

Até amanhã!

(Im)perfeito de mais para ser um escritor

O ano era 2007. Eu estava na casa de minha irmã. Ela me trouxe o manuscrito de uma história que estava idealizando. Era algo extremamente rústico, apesar de haver ali boas ideias para uma história. Eu não conseguia visualizar as cenas devido a falta de detalhes, a maioria das personagens era muito caricata.

Ela pediu minha ajuda para que a história pudesse melhorar e, durante toda uma tarde eu despejei minha criatividade naquele manuscrito. Eu tinha 16 anos, minha criatividade estava à flor da pele e minha irmã adorou tudo o que eu havia escrito. Só que para todo elogio, existe um “porém”, e quando esse “porém” veio, eu tive imediatamente um grande bloqueio criativo.

Creio que um perfeccionista quando criticado tem reações não muito legais. Naquele tempo, eu ainda não sabia muito bem como lidar com as críticas. Afinal, quando escrevemos, mesmo que uma ficção, colocamos no papel um pouco de nós mesmos, nosso coração está naquelas páginas e, quando o que produzimos é criticado, é como se criticassem quem nós somos (aprendi isso com a querida Anne Lamott). Isso é uma grande verdade.

Aquele bloqueio me fez rejeitar tudo (eu disse TUDO) o que eu mesmo escrevia. Parecia que nada bom poderia sair de mim novamente. Aquilo durou muito tempo. Tempo suficiente para que eu me mudasse do Rio de Janeiro para estudar em um internato em Belo Horizonte (MG), onde aquela história ficou completamente esquecida.

Durante aquele tempo, eu tive contato com um novo mundo. Meus amigos eram pessoas de diversos estados do país (e até de outros países). Algumas disciplinas complementares (entre elas, “Composição”), me ajudaram a evoluir em minhas técnicas de escrita. O melhor de tudo é que, ali, nossa arte era exposta e extremamente criticada pelos professores e, principalmente, por meus próprios amigos.

Foi assim que eu comecei a aprender a lidar com as críticas. Tanto as boas quanto as ruins.

Apesar de meu gosto ter ficado mais refinado no internato, eu fiquei um pouco (muito) neurótico quanto às coisas que eu escrevia. Por ter aprendido um “padrão” para a escrita, eu agora exigia que tudo meu (e até das pessoas ao meu redor) seguisse aquele padrão, e o que fugisse daquilo não estava bom. Foi dessa forma que eu mesmo cortei as asas de minha criatividade. Pois a criatividade não se encaixa em uma caixinha. Já dizia o grande Albert Einstein que “a criatividade é a inteligência se divertindo”, e se você padroniza a criatividade, ela deixa de existir.

Foi depois de muito choro, lamento e pedidos incessantes de minha irmã que eu decidi retornar à escrita daquela história. Havia se passado seis (eu disse SEIS) anos. O ano, agora, era 2013.

Era a este ponto que eu gostaria de chegar.




Desde o momento em que decidi retomar a escrita, mesmo vendo em mim muitas limitações, um leque se abriu para mim (imaginei a Nani People! Kkk... Vou mudar a comparação). Desde que retomei a escrita daquela história apesar de minhas limitações, novos horizontes se revelaram diante de mim e, na prática, eu fui aperfeiçoando minha escrita.

Hoje, ainda estou no processo de aprendizagem para ser um bom escritor e decidi que deveria compartilhar aqui um pouco do muito que aprendi em um ano, sobre escrever meu próprio livro, para que se você também deseja fazê-lo (mas também se vê como eu me via), você possa ter suas neuras dissipadas, assim como a maioria das minhas foram.

Não sou um escritor perfeito. Aliás, sou eu meu próprio editor de conteúdo. Mas, não poderia deixar de compartilhar com quem precisa aquilo que aprendi de bom nessa caminhada "dando uma de escritor". Espero que os muros onde eu quebrei a cara sirvam para que vocês não precisem esperar por seis longos anos para ver uma história sua tomando vida.


Ao longo deste mês, vou postar especificamente sobre as neuras que você deve perder para ser um escritor. É claro que vou contar como eu perdi muitas das minhas.

Você acha que tem um livro dentro de você? Então, prepare-se! Vou tentar ajudar a colocá-lo para fora.

Até o próximo Post!

Blogs que amo!


Nessa minha vida de blogueiro, eu tenho conhecido alguns Blogs fantásticos! Na maioria deles, quem escreve são pessoas legais, mas que não costumam ser muito simpáticas no que se trata daquelas regrinhas básicas de boas maneiras (Sim! Elas existem no mundo virtual). Coisas como retribuir visitas, deixar comentários, seguir de volta - (ou será que eu é que sou um chato nos comentários que deixo pra eles? kkk... Vai saber!). Mas, nessas minhas idas e vindas eu conheci um Blog que, além de ser fenomenal tem um dono muito da hora (meu Deus, que gíria péssima!).

O nome do Blog é "Blog do Tonho" e o Antônio (o escritor), apesar de ter apenas 17 anos (e desde quando pouca idade é sinônimo de incapacidade?) escreve coisas incríveis, que me emocionam muito. Os textos são ricos em uma visão de mundo que parte da perspectiva do próprio autor. Uma visão muito peculiar sobre coisas inusitadas que eu mesmo não teria pensado em escrever.

É um Blog criativo e ótimo de ser lido. Eu indico mesmo! E agora, ele vai fazer parte da minha listinha de "Blogs que amo".



Aproveitando a onda de revelar os Blogs que eu amo e costumo ler com frequência (e eu adoro o fato de eles serem atualizados regularmente), quero falar do "Pe-dri-nha", que é o Blog da Manie. Eu confesso que não sei se esse realmente é o nome dela, ou se é mero apelido. Mas, se for, é incrível! Seja como nome, ou como apelido.

Eu adoro ver o mundo pelos olhos da Manie (levando em conta o pouco que ela relata no Blog), pois percebo que se trata de uma menina cheia de coragem pra encarar a vida, sendo ao mesmo tempo muito sensível por dentro. Tanto as coisas que ela escreve sobre suas aventura com seus amigos (que, pelo jeito que ela fala deles, parecem ser incríveis! Sério, dá vontade de conhecer todos. Pra mim, eu os tenho como personagens de um livro que eu adoro ler. O meu favorito é o Gaví), quanto nos vídeos que ela posta na "TV Pedrinha", que eu também adoro e já virei fã! Sério, cara! Ela quem faz a edição dos vídeos, e eu adoro.

Em um comentário, pedi pra ela ensinar a fazer vídeos legais assim. Vamos ver se ela vai atender ao pedido. Rs!

Por fim...

Esse Post não era pra ser uma indicação de Blogs, mas acabou virando, então, logo posto o que eu realmente queria postar. No mais, reafirmo que estes dois Blogs, à partir de hoje estão listados ali na lista de Blogs que amo!

Até mais ver.

P.S.: Assistindo a este vídeo do "TV Pedrinha", acabei descobrindo que o nome da Manie é Mariane

Telefone sem fio


Ontem, uma amiga me cobrou o prazo do meu livro: "Era janeiro de 2015!", disse ela. Eu expliquei que minha vida passou por algumas reviravoltas e que a história do livro, apesar de permanecer bem viva dentro de mim, vai ter de esperar o momento certo para voltar à tona.

Sinceramente? Lamento. Mas, tem sido mais difícil admitir para mim mesmo do que para os outros o fato de não ser este o momento em que irei me declarar oficialmente um escritor.

Mas, o assunto deste texto não é o livro adormecido. A necessidade de escrevê-lo surgiu devido a essas tais reviravoltas que minha vida vem sofrendo.

Sabe quando acontece algo na sua vida que já deveria ter acontecido há muito tempo, mas você vem procrastinando, na esperança de que algum dia a realidade mude e você não precise tomar a decisão de dar um basta naquilo?

É. Foi mais ou menos isso que aconteceu comigo.

Vamos ser adultos. Existem momentos na vida em que é preciso tomar decisões. E, por experiência própria eu digo que o melhor é tomá-las quando você (quem sabe, por um sexto sentido) estiver sentindo que tudo vai piorar.

O ruim é quando você só decide agir depois que uma bomba explode. E pior ainda é estar rodeado de pessoas que acham que você é uma pessoa pública e que podem tomar conta da sua vida (pagar suas contas que é bom, ninguém quer, né?!) e opinar sobre sua decisão.

Quem nunca brincou de "telefone sem-fio"?
Alguém fala uma frase no ouvido de outra pessoa e a informação vai passando de pessoa pra pessoa, de boca em boca, de ouvido em ouvido, até que chega no ouvido da própria pessoa que inventou a frase de uma forma totalmente distorcida e "nada a ver" com a verdade. Enfim... Isso aconteceu comigo (não de brincadeira, mas na vida real!).

No último sábado, fui ao aniversário na casa de uma amiga minha. Todos os convidados pertenciam ao mesmo convívio social ao qual eu também pertencia e eu senti o deslocamento de ar no exato momento em que eu cheguei no local. Sorrisos amarelaram, olhares se perderam em diversos pontos do salão e frases sem muito sentido foram ditas em forma de cumprimento a minha pessoa (detesto me referir a mim mesmo dessa forma, mas já foi).


Mas, o que me marcou nessa festa foi o fato de umas seis pessoas de todas aquelas que ali estavam terem chegado até mim e dito que queriam saber o que REALMENTE havia acontecido naquela história toda. Vocês entenderam? Todos ali um dia se disseram meus amigos. Disseram que acreditavam em mim. Foram tantas coisas boas, tantos tapinhas no ombro que eu nem tenho capacidade de reproduzir fielmente aqui. Mas, foi só uma pessoa inventar uma mentira sobre uma decisão minha, e apenas seis pessoas (repito: SEIS PESSOAS!) se importaram em ouvir a minha versão da história e ainda por cima demonstrar crença de que a versão verdadeira sobre a MINHA decisão era a minha própria (kkk).

Tá! Essa risada foi meio forçada.

Na verdade, seria cômico se não fosse trágico. Mas isso tudo só confirma algo que eu já sabia: "Amigos de verdade, a gente conta nos dedos".

Novamente, levando em conta o meu Sexto sentido, acho que o "Telefone sem-fio" em breve vai virar um "Jogo da Verdade". Vamos ver quem está certo nisso tudo. Mas, sabe o que realmente é importante dessa coisa toda? É que eu estou ainda estou vivo, bem e feliz. Isso é o que (me) importa.

Avisa lá pra mim!