Playlist Retrô


Outro dia estava conversando com um amigo em uma pizzaria aqui de Santa Catarina. Não sei qual foi o assunto que me levou a mostrar a tela do meu celular pra ele - quem sabe, ele queria ver as horas. Só que nessa de ele ver alguma coisa no meu celular, acabou notando a música que estava pausada na Playlist. Ele ficou muito surpreso ao descobrir que eu sou o tipo de pessoa que gosta de música antiga.

Quando eu era adolescente, costumava dizer que nasci na época errada. Meu sonho era ter nascido nos anos 50/60, pois me imaginava um daqueles adolescentes que ouviam Elvis Presley, usavam gel no cabelo, jaqueta de couro e tomavam milk shake nas lanchonetes cheias de gente descolada.

Outra época que gostaria de ter nascido eram os anos 70/80, por toda a revolução da qual ouço falar sobre esse tempo. Meus irmãos mais velhos, inclusive, foram adolescentes nessa época e contam boas recordações de tudo o que viveram.

Enfim, fui predestinado aos anos 90/2000 para viver minha infância e adolescência. Hoje, olho para essa época com saudade pois, querendo ou não, era um tempo em que a gente ainda saía pra rua à noite para brincar, ia na casa dos amigos "fazer trabalhos escolares", a programação da TV ainda era boa de se assistir (especialmente a infantil). Muitos motivos me levam a gostar da época em que nasci, mas eu gosto de música antiga.

Sendo assim, fiz uma Playlist. Chamei-a de "Playlist Retrô", e a maioria delas é dos anos 70. Não foi nada proposital, mas são as músicas que tenho ouvido por estes dias. Gosto de ouvir essas músicas para me inspirar, escrever, descansar... É um estilo que, na minha opinião, nunca sai de moda. Ah! Elas não seguem ordem de preferência, ok?

Espero que gostem!



PLAYLIST RETRÔ

1. "How Deep Is Your Love" - Bee Gees;
2. "It's Too Late" - Carole King;
3. "Eternal Flame" - The Bangles;
4. "Dancing Queen" - Abba;
5. "Music and Me" - Michael Jackson.

TAG #ComoEuLeio


Vi esta TAG sendo respondida pela Manie no "TV Pe-dri-nha" e falei que ia responder. Pois cá estou eu pra responder sobre #ComoEuLeio!


1. COMO VOCÊ DESCOBRE NOVOS LIVROS PARA LER?

Costumo descobrir novos livros através de Blogs, do SKOOB, de indicações de amigos, nas Redes Sociais, por divulgação das Editoras e através de gente que eu vejo lendo por aí (o que tem acontecido raramente. Será que por onde eu moro a galera realmente não gosta de ler? Bem, pelo menos, não publicamente).


2. COMO VOCÊ ENTROU NESSE MUNDO DA LEITURA?

Comecei a me interessar por leitura desde que aprendi a ler. Sério! Eu lia desde letreiros no metrô até os livros didáticos utilizados no Colégio. Quem me incentivava mesmo a ler, levando livros para me emprestar quando eu ainda não passava de um garotinho, era minha irmã mais velha (Mary). Era ela quem motivava meu pai a comprar livros pra mim.

Lembro de um i-nes-que-cí-vel, que continha 13 histórias super ilustradas da Disney. Era um livrão! Infelizmente as páginas dele se desprenderam. Eu já me dei ao trabalho de procurá-lo na Internet, porque eu queria que os meus filhos o lessem (Não. Eu ainda não tenho filhos!), mas saiu de linha e a galera que vende no Mercado Livre está cobrando os olhos da minha linda cara.

A escola também foi uma grande influenciadora para que eu entrasse no mundo da leitura. Graças a alguns professores quanto colegas que adoravam ler! Especialmente quando em nossa vida surgiu uma série de livros chamada Harry Potter que, quando conheci, estava no Volume 04 (Harry Potter e o Cálice de Fogo).

Outra forma de estímulo que encontrei na escola eram as aulas chatas, que me davam tempo e motivos para ler cada vez mais (durante elas). É claro que isso me fazia bombar na matéria, mas colaborou pra que hoje eu fosse um melhor leitor (kkk). Valeu, professores de Matemática, Física, Química e Biologia!


3. COMO SEU GOSTO LITERÁRIO MUDOU COM O PASSAR DO TEMPO?

Ouso dizer que meu gosto literário não mudou quase nada. Continuo gostando das mesmas coisas das quais gostava quando criança. Gosto de histórias mais realistas, especialmente daquelas onde a personagem narra em primeira pessoa (com algumas exceções), tipo diário e leitura voltada para o público infanto-juvenil.


4. COM QUE FREQUÊNCIA VOCÊ COMPRA LIVROS?

Eu não tenho uma noção da frequência que costumo comprar livros, mas sempre que vejo um livro que eu quero ter, eu compro.


5. COMO VOCÊ ENTROU NESSE MUNDO DOS CANAIS/BLOGS LITERÁRIOS?

Sempre tive Blog para usar como um local de desabafo e de relatos da minha vida, mas essa vida de blogueiro se intensificou quando me mudei do Rio para Belo Horizonte, e o Blog se tornou um dos meios mais importantes para manter meus amigos informados sobre mim.

Eu até comecei a falar alguma coisa sobre livros nele, mas não o considero um Blog literário.


6. COMO VOCÊ REAGE QUANDO NÃO GOSTA DO FINAL DE UM LIVRO?

Imagino o que pode ter levado o autor a escrever aquele final e penso sobre como eu teria escrito caso aquele livro fosse meu. Isso, depois de ficar totalmente desapontado com o livro, com o autor e receoso de ler qualquer outra obra dele.

Além disso, eu procuro Resenhas na Internet de outras pessoas que leram aquele livro, para ver se tiveram uma percepção diferente ou semelhante à minha.


7. COM QUE FREQUÊNCIA VOCÊ EXPIA A ÚLTIMA PÁGINA DO LIVRO PARA VER O QUE ACONTECE NO FINAL?

Espero que sintam meu ódio enquanto escrevo estas palavras, pois há alguns dias atrás (quando eu escrevia o manuscrito da postagem na minha Agenda) minha resposta a esta pergunta seria: "Nunca. Detesto estragar o final da história. Especialmente porque a graça, pra mim, está em não saber o que vai acontecer na próxima página; quanto mais no final do livro!". Porém, ontem, fui ver quantas páginas o livro que estou lendo ("Eleanor e Park") para contabilizar quantas páginas faltam para terminá-lo, e meus olhos migraram involuntariamente para a parte do texto e eu li algo que diz como a história termina! ÓÓÓÓ-deeee-ooooo!!!!


8. QUEM VOCÊ VAI INDICAR PRA RESPONDER A ESTA TAG?

O único Blog que me veio à cabeça na hora de indicar foi o "Allan em Palavras". Espero que ele tope responder. Pode ser em vídeo ou texto!

Quem mais quiser responder à TAG, pode ficar à vontade!
Não esqueça de me enviar o link aqui nos comentários pra que eu possa visitar e deixar minhas impressões sobre como você lê!

É isso aí, galera!
Até o próximo Post.

Pra quê expectativas?


Sabe aquele desafio de vida que todo mundo tem? Então... O meu é: não criar expectativa.

É incrível como, pra tudo (eu disse TUDO), eu consigo criar as mais loucas e inusitadas expectativas. E, quando nada acontece conforme o que eu esperava, eu fico frustrado, chateado, acho que nada valeu a pena, que a espera não correspondeu à realidade... Enfim. Tudo de ruim que um ser humano possa sentir em relação às próprias frustrações é o que eu experimento quando crio expectativas a respeito de algo.

Aí fica a pergunta: "Pra quê criar expectativas, se a vida sem elas é tão melhor?!". Cara, é sério! Tenho vários exemplos disso.

Minha sobrinha, Caren, de 18 anos (sim, eu tenho uma sobrinha de 18 anos) leu "A culpa é das estrelas" (John Green) bem antes de lançar o filme, porque estava uma febre viral de TFIOS/ACEDE. Ela não gostou. Achou sem graça, ou melhor, o livro não correspondeu às expectativas (Tá vendo? Eu falei...).

Quando eu decidi ler o livro dela (por ter visto o trailer do filme que estrearia dali a alguns meses), eu li sem um pingo de expectativa. Por quê? Porque ela tinha me dito pra não esperar muita coisa do livro. O que aconteceu? Eu comecei a ler e ler, como um livro qualquer e me apaixonava mais a cada página pela Hazel Grace e pelo Augustus, a ponto de não conseguir parar de pensar neles durante os momentos em que não estava lendo o livro (contei sobre essa experiência em outro Post, mas não tô encontrando em lugar nenhum aqui no Blog).

A mesma coisa aconteceu no meu aniversário de 24 anos. Fiz planos para sair com minha família, a gente ir a uma churrascaria, ou fazer alguma coisa em casa, contando com a presença dos meus amigos mais chegados e seria uma noite agradabilíssima. Mas, não aconteceu nada conforme o esperado. No lugar disso, assistimos a um filme velhíssimo, de suspense (todos ansiosos para acabar logo). Não tinha lugar para todo mundo sentar na sala e as pessoas que vieram, apesar de serem meus amigos, não eram amigos entre si (e não pareciam estar muito a fim de se tornar amigos), o que fez com que tivéssemos um ambiente nada sociável.

Já no meu aniversário de 25, eu não planejei absolutamente nada. Estava preparado para ser um dia de agradecimento a Deus por mais um ano? Sim. Mas, nada de esperar que fôssemos sair ou fazer alguma coisa. No fim da tarde, quase noite, começaram a chegar as pessoas que deveriam estar (minha família e a família da minha melhor amiga na época, Angélica - saudade dela), coloquei minha playlist no rádio e acompanhados de um jantar maravilhoso, simplesmente desfrutamos da noite com muita conversa, risos e outras coisas boas. Mas, isso, porque eu não esperava nada daquela noite.

Não digo que com isso você precise ser pessimista. Muita gente confunde ser realista com ser pessimista. Longe disso! O ideal é permitir-se viver cada momento, sem antecipar o sofrimento, nada de ansiedade. Já dizia minha chefe: "Quem morre de véspera é peru de Natal"... Então, apenas viva e acredite que a vida pode te surpreender, especialmente quando você não ficar criando expectativas fantasiosas a respeito de tudo.

É meio difícil alguém tão sonhador não criar expectativas sobre tudo. Mas, lembra do que eu falei lá no começo? Esse é o meu desafio de vida. E eu venho conseguindo cumprir, me fazendo mais feliz a cada vez que consigo e sou surpreendido pela vida. Mas, eu digo isso em relação a coisas pequenas como uma festa de aniversário, um filme, ou a leitura de um livro, porém, quanto aos seus sonhos e projetos de vida, crie SIM muitas expectativas, pois, como diz Augusto Cury:

"Sem sonhos, a vida não tem brilho. Sem metas, os sonhos não têm alicerces. Sem prioridades, os sonhos não se tornam reais. Sonhe, trace metas, estabeleça prioridades e corra riscos para executar seus sonhos. Melhor é errar por tentar do que errar por se omitir!"
(Augusto Cury, Você é Insubstituível. Rio de Janeiro: Sextante, 2002.)

Pra finalizar, hoje foi a estréia de "Animais fantásticos e onde habitam" nos cinemas e eu confesso que, novamente, fui sem nenhuma expectativa. Olha... Só digo que foi muito especial e que eu recomendo o filme, mas... Não vá com grandes expectativas, ok?

Conto mais sobre o dia de hoje em algum outro Post.

Um abraço (sem expectativas)!

Douglas ;)

1991 - O ano em que nasci

Você já se perguntou como estava o mundo e como era a vida das pessoas que você conhece no ano em que você nasceu? Já tentou imaginar como era viver na sua casa? O que era exibido quando alguém ligava a televisão? Quais músicas tocavam no rádio? Ou quais filmes estavam entrando em cartaz no cinema?

Eu confesso que nunca procurei saber a fundo como era o mundo no ano em que nasci (1991) e também nunca vi graça nesse ano, afinal, não tinha ideia do que estava acontecendo, uma vez que foi meu primeiro ano de vida. Quase nada fazia sentido pra mim, além de chorar, comer e dormir.

Só que ontem, vi esse Post no Blog do Kauã Gauvão, onde ele conta um pouco sobre como o mundo estava quando ele nasceu: 1996. Tudo o que ele relatou fez sentido pra mim, já que em 96, enquanto o Kauã nascia, eu tinha 5 anos. Achei muito legal a ideia e decidi escrever sobre 1991, o ano em que eu nasci. Pra escrever, precisei pesquisar, e fiquei alucinado por esse ano! Apesar de saber que não foi bem assim, a sensação é de que o meu nascimento tivesse feito tudo acontecer. Vou te deixar ver com seus próprios olhos e tenho certeza de que vai curtir.

TELEVISÃO


Começando por minha paixão de infância, 1991 deu espaço a muitos programas que marcam a memória de muita gente até hoje. A qualidade das programações não estava nos efeitos de computação gráfica, mas nas boas histórias, músicas e todo tipo de entretenimento. Também tinha coisa ruim, mas prefiro não mencioná-las aqui.

  1. 03 de janeiro de 1991 - "Blossom" estréia na NBC.
    Eu odiava o seriado quando era criança, mas tenho certeza que era por minha pouca idade.
  2. 26 de abril de 1991 - "Família Dinossauros" estréia na ABC.
    Esse seriado é inesquecível!!!
  3. 20 de maio de 1991 - "Carrossel" estréia no SBT.
    A primeira versão, desde então, reprisada mais de 500 vezes pela emissora.
  4. 11 de agosto de 1991 - "DOUG" estreou na Nickelodeon.
    Isso mesmo! "DOUG" também é de 1991. Que emoção!
  5. 19 de agosto de 1991 - Estréia o "Plantão Globo".
    Com aquela musiquinha que assusta geral!

CINEMA



Outra surpresa pra mim foram os filmes lançados em 91. Muitos são assistidos até hoje nas "Sessões da Tarde" da vida e, literalmente, fizeram parte da minha.

1. Meu Primeiro Amor (1991) - O filme conta a história de uma garotinha que é obcecada com a morte pois sua mãe morreu e seu pai é um agente funerário que não lhe dá tanta atenção. A menina é apaixonada pelo professor de poesia e tem um amigo que é alérgico a tudo. A história dos dois é incrível, muito divertida e triste ao mesmo tempo, pois o menino morre vítima de um ataque de abelhas. Só então a menina descobre que ele era seu primeiro amor. (#Cry)

2.  Hook - A volta do Capitão Gancho (1991) - Na verdade, eu não gostava de ver esse filme quando passava na televisão, e só o assisti este ano na Netflix. É como uma continuação da história do Peter Pan, só que parece que ele viveu tanto tempo no mundo real que esqueceu quem era, cresceu, constituiu uma família e vive ocupado com o trabalho. Até que, um dia, o Capitão Gancho sequestra os filhos do Peter Pan, e ele tem que redescobrir o prazer de amar e imaginar como criança, para conseguir vencer o mal. Por fim, esse filme me leva a refletir especialmente nessa necessidade de, de vez em quando, voltar à "Terra do Nunca".

3. A Família Addams (1991) - Acho que nem preciso falar nada sobre esse filme. Apesar de minha mãe detestar filmes assim (com monstros, seres de outro mundo, aparente mente zumbis), eu acho muito engraçado e criativo. Assistia sempre que passava na televisão!

4. De volta à Lagoa Azul (1991) - É a continuação do filme "A lagoa azul", conta a história do filho de Richard e Emmeline, mas eu não vou perder tempo contando a história toda, porque você com certeza já deve ter assistido na "Sessão da Tarde".

MÚSICA

A música no Brasil, em 1991, está marcada na memória de muita gente até hoje! Selecionei aquelas que estão marcadas na minha, é claro! Fosse no rádio, televisão ou qualquer meio que levasse música ao ambiente, o que estava na boca (e nos ouvidos) do povo eram sucessos como "É o amor" (Zezé di Camargo e Luciano), "Beija eu" (Marisa Monte) e "W Brasil - Chama o Síndico" (Jorge Benjor).

No cenário internacional, "All the man that I need" estourou na voz de Whitney Houston. Eu até pensei que não conhecia essa música mas, assistindo o vídeo, percebi que a conheço em uma versão Gospel na voz da cantora Jamily.


Descobri que duas das músicas de Mariah Carey, que eu mais gostava na minha infância, também foram sucesso em 91. São elas "Love Takes Time" e "Someday". Ambas fazem parte do meu repertório de chuveiro até hoje!



FATOS SOBRE O ANO

Pra terminar, selecionei alguns fatos, além do meu nascimento, que marcaram 1991. Alguns deles são verdadeiros marcos históricos, e me orgulho de que tenham acontecido no ano em que nasci.



  1. Em 19 de janeiro de 1991, começa a segunda edição do "Rock in Rio".
  2. Em 20 de outubro de 1991, Ayrton Senna conquista o tri-campeonato na Fórmula 1.
  3. No dia 24 de novembro de 1991, morre Freddy Mercury, líder do grupo musical "Queen", vítima de AIDS.
  4. No dia 31 de dezembro de 1991, a URSS (União das Repúblicas Sociais Soviéticas) deixa de existir.
  5. Também em dezembro de 1991, ocorrem os jogos Panamericanos na cidade de Havana (Cuba).

Me diverti escrevendo este Post e não me arrependo do tempo que ele demorou para ficar pronto, aliás, foram três dias, em meio a longas pausas e correria. Foi uma experiência e tanto! Espero que tenha gostado, porque eu adorei pesquisar, escrever e descobrir sobre o ano em que nasci, inclusive, em meio às consultas, descobri que o dia 21 de janeiro de 1991, dia em que nasci, caiu numa segunda-feira!

E você? Sabe tudo sobre o ano em que você nasceu?

Escreva!


Sabe quando vem aquela vontade de escrever, mas parece que a gente não tem o que escrever? Sei lá! É como se no cérebro da gente se formasse um emaranhado em meio a muitos (ou a nenhum) pensamentos. Daí, a gente se pergunta: "O que fazer quando queremos colocar uma história para fora, mas tudo o que conseguimos é olhar para aquela página em branco com o cursor piscando na tela?". Admito. Eu mesmo entrava em uma grande crise existencial quando isso acontecia. Isso mesmo! "Acontecia". Hoje, isso não me afeta mais.

Eu havia aprendido no Curso de "Composição" que escrever é a etapa final de um longo e amplo processo de reflexão, e esse processo começa com uma ideia. Até aí, tudo bem. Só que a professora também disse que não adianta pegar uma folha em branco e simplesmente começar a escrever sem antes refletir no que pretendemos fazer pois estaríamos apenas "enchendo linguiça". Eu acabei aderindo essa regra para todo e qualquer tipo de escrita. Só que o curso (como eu já disse) era de Composição, e escrever uma história é diferente de escrever uma música.

É claro que é importante ter uma ideia de sobre o que iremos escrever, mas e naqueles dias que você QUER escrever, mas o seu cérebro não colabora nada muito? O que a gente faz? Fica refletindo sobre o que gostaria de escrever? Como? Se não temos nada em mente, caramba?! O fato é que enquanto eu seguia à risca o conselho da professora de Composição, eu preferia jogar o computador pra um lado, caderno e caneta para o outro e ir tirar uma soneca. Pensei até em desistir da escrita.

Até o dia em que conheci Anne Lamott (olha ela aí de novo), que me desvendou o segredo: "escreva".


"Mas, escrever sobre o quê?", você pode se perguntar. "Escreva sobre qualquer coisa.", ela diz. Que tal começar pela sua infância? Descreva suas recordações, tente descrever as pessoas, como elas eram, como se vestiam, o cheiro que tinham. Descreva lugares onde você já esteve, ou o próprio lugar onde você está enquanto escreve. O importante é deixar fluir (naturalmente) de você a escrita. Se você fizer isso todos os dias, chegará ao ponto de ser pouco afetado pela falta do que escrever.

Eu tenho aplicado isso no meu dia a dia como escritor e confesso que no começo não foi fácil. Eu pensava: "Mas, eu não quero escrever sobre a sala onde estou, não quero escrever sobre minha infância, quero escrever aquela história na qual eu tenho trabalhado todo esse tempo!". Mas, quanto mais eu pensava assim, mais a história ficava parada, sem ideias do que escrever.

Depois de muito relutar (e xingar aquela ideia tosca de escrever sobre qualquer coisa), fui vencido pela falta de forças. Resolvi aderir à ordem da (queridíssima) Anne. Passei a escrever sobre o que me viesse à mente em qualquer folha de papel que tivesse à mão. Enquanto eu fazia isso, era como se tirasse os entulhos do meu cérebro, ia despejando no papel aquilo que estava impedindo que as novas ideias viessem à tona e fossem transformadas em história.

Foi incrível! Quase terapêutico.

Depois que eu finalizava o texto, dava uma volta, bebia uma água, fazia um xixi e voltava para ler o que havia escrito. Em meio à toda aquela informação, é claro que tinha coisa que eu lia, pensava: "What?!" e deletava sem pena, mas sempre (SEMPRE) havia coisas boas de se ler em meio a tudo aquilo. Bastava organizar as ideias, acrescentar algumas frases, palavras, retirar outras, e "voilà!". Você escreveu um bom texto.

Quando eu aceitei o desafio de ter um Blog, pela primeira vez eu não tive medo de não ter o que escrever. Fiquei bem tranquilo em saber que se o bloqueio viesse, era só começar a escrever, desentulhar as ideias e depois, ler tudo, retirando as partes ruins e aproveitando aquilo que fosse digno de ser publicado.

Faço minhas as palavras de Anne Lamott. Quando vier o bloqueio, escreva!

Até amanhã.

Douglas.